domingo, 7 de junho de 2015

Shikamaru Hiden - Capítulo 2: O País do Silêncio (Parte Um - Tradução)

A novela "Naruto - Shikamaru Hiden: Yami no Shijima ni Ukabu Kumo" lançada em 04 de março, traz um aventura inédita com Nara Shikamaru, dois anos após a Quarta Guerra Mundial Shinobi. A novela é escrita por Takashi Yano, e possui 224 páginas.


Os capítulos da novela serão traduzidos para o português a medida que a versão em inglês seja liberada. Confira a primeira parte do capítulo dois (o livro original não faz separação dos capítulos em partes, ela será feita nesta tradução para tornar a leitura menos massante). Para ver outras partes do livro acesse aqui.

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Capítulo 2 - O País do Silêncio (Parte Um)

Trecho Seletivo
A equipe de Shikamaru correu por três dias, independentemente se era dia ou noite, até que finalmente chegaram ao País do Silêncio.

O País do Silêncio era um país relativamente pequeno, localizado a oeste do continente. A maior parte era cercada por montanhas e florestas, as terras restantes eram pontilhada com campos. Nenhuma dessas cidades ao longo destes campos era perto do tamanho de uma vila no País do Fogo. O País do Silêncio seria um campo rústico e rural até mesmo para os três fundadores originais de Konoha¹.

A capital do país, Vila da Cortina, era localizada quase que no centro do país. Enquanto esgueiram-se pelas fronteiras do país, Shikamaru e sua equipe correm através de montes e vales. Quando chegam a Vila da Cortina, havia passado quatro dias desde que tinham deixado Konoha.   

Embora fosse um país pobre, a capital tinha todo o esplendor de uma metrópole. Enquanto que o resto das vilas do país tinham casas com telhados de palha, até a menor das casas da capital tinham telhado de telhas. Havia muitos edifícios feitos de concreto armado, e as ruas estavam limpas e bem arborizadas. Estradas espalhavam-se pela cidade como uma teia de aranha, expandindo em radiais do centro da cidade. Pequenas seções são separadas por estas estradas, com casas e apartamentos alinhados lado a lado.

Havia um edifício muito grande no meio da vila. Se fosse olhar para a cidade de uma longa distância, este edifício seria o único a se destacar entre os outros. Havia por volta de 10 andares, e telhas vermelhos, na borda esquerda e direita do telhado haviam duas estátuas douradas de leões.

"Ahh, este deve ser o castelo que nós procuramos."

"Não há necessidade de ser tão presunçoso com o óbvio, sabe."

Shikamaru manteve um olho no castelo, e ouviu a conversa de Rou e Soku enquanto caminhavam pela rua principal.

Claro, eles havia tirado seus coletes de Konoha a muito tempo.

Assim como os costumes de cada país são diferentes, as roupas também são. Rou e Soku haviam aconselhado que eles adquirissem roupas locais, de modo que não se destaquem durante a sua infiltração, e Shikamaru cedeu às suas experiências como ANBU. Ao longo do caminho para a capital, eles pararam na loja mais cara onde poderiam encontrar as roupas para os três.

A roupa usada pelas pessoas do País do Silêncio era muito simples, sem muito que falar. O topo era um roupão uwagi², enrolado ao peito e amarrado na cintura por um cinto de pano. Da cintura para baixo, utilizava-se uma hakama², com suas bainhas enfiadas em botas atadas até a canela.

As cores das roupas eram tão divertidas quanto o design. Todos que andavam pela Vila da Cortina usavam preto, marrom, ou cinza. Mesmo as lojas nas ruas não tinham luzes brilhantes ou sinais de néon, suas propagandas eram sem graça e sombrias.

Não havia uma única coisa brilhante em toda a cidade.

"Você notou, Senhor Shikamaru?" Rou perguntou de uma posição à frente.

Shikamaru estava entre os dois ANBU, conforme insistência deles. Rou era o guarda a frente.

A pergunta do homem era muito vaga. Ele não estava especificando o que foi que Shikamaru teria supostamente notado, por isso não havia como respondê-lo.

"Nós temos que achar algum dos assistentes do Daimyo." Especificou Rou.

"Isso é verdade." Shikamari concordou.

Enquanto os dois conversavam, eles dirigiram-se em direção ao castelo. Não havia intenção de começar a operação agora, simplesmente as pessoas tinham o hábito de caminhar em direção ao maior edifício da vizinhança. Shikamaru não tinha absolutamente nenhuma intenção de apressar ou precipitadamente pular etapas, arriscando a missão.

"Todas as pessoas que vimos na rua até agora são cidadãos comuns do país. É muito estranho não ver nenhum assistente do Daimyo."

A observação de Rou foi precisa.

Os governantes de países dentro de seu continente sempre foram, sem exceção, o Daimyo. A União dentro do mundo shinobi está indo muito bem, mas os shinobi nunca, nunca tomaram a frente no cenário político. O Daimyo sempre viveu na capital de seu país, com seus domicílios transbordando de assistentes que lhe serviam.

Esses assistentes se diferenciam dos cidadãos comuns do país com um grande orgulho, de suas roupas coloridas e atitudes prepotentes e arrogantes. Eles estavam sempre correndo pela capital, onde o Daimyo vivia, entregando recados para ele.

No entanto, eles não tinham visto nenhum destes assistentes. 

"É possível que não haja um Daimyo, sabe." Murmurou Soku.

Isso poderia ser verdade. Em países pequenos, por vezes, tinha casos em que os cidadãos mantinham um Daimyo de fachada, enquanto eles próprios eram encarregados de gerir o país.

Mas este país era diferente. Shikamaru estava certo disso.

Ele se virou na direção de Soku, seus olhos fixos no castelo que agora tinha deixado para trás.

"A mensagem de Sai dizia claramente que este país está sendo controlado por um homem chamado Gengo."

"Mas é possível que ele não seja um Daimyo, sabe."

"É uma boa observação." Quando Shikamaru disse isso, seu olhar caiu sobre um homem que estava andando na frente do grupo.

Ele estava vestindo um longo manto preto, e tinha um olhar afiado. Sua roupa se destacou entre os hakama e uwagi usados pelos outros cidadãos.

O design lembrou a Shikamaru os mantos da Akatsuki, apesar de que as roupas deste homem não tinham aquelas nuvens vermelhas, ou o colarinho alto que cobria a boca. Não havia costura ou fixadores no meio, apenas cinco grandes botões de prata.

"Vê o homem a nossa frente? Vimos alguns outros vestidos como ele também. Você não sente como se tivesse lembrado alguma coisa ao vê-los?" Perguntou Shikamaru.

"Digo, bem que havia notado, Senhor Shikamaru."

"Não seria normal esperar um pouco, em vez de concordar imediatamente...?" Perguntou Soku.

"Essas roupas... as roupas são o nosso alvo, agora." Rou fez mais um de suas piadas ruins.

"Todos nós queremos que você se cale, sabe." Lamentou Soku.

Ignorando o falatório, Shikamaru continuou falando.

"Rou, aquele homem do outro lado da rua? Ele não parece familiar para você?"

Quando Shikamaru falou, ele inclinou ligeiramente a cabeça em direção a uma casa de chá na movimentada rua.

Rou olhou por cima do ombro seguindo a linha de visão que Shikamaru estava indicando.

"É... Não pode ser..."

"Eh? O que está acontecendo?" Não entendo porque vocês dois estão tão agitados, sabe..."

"Então, estava certo." Disse Shikamaru severamente. "Eu estava com a nítida sensação de que era um rosto familiar."

Ele e Rou estavam olhando para um homem sentado em um dos bancos em frente à casa de chá. Ele também estava vestindo um longo manto que o destacava.

Enquanto observavam, o homem gritou para o proprietário da casa de chá. Um velho comerciante correu imediatamente do interior para fora da casa de chá, inclinando a cabeça várias vezes irrompendo louvores e desculpas para o homem.

Este jeito dócil era exatamente como os cidadãos se comportavam frente aos assistentes do Daimyo.

"Ele costumava ser da ANBU." Disse Rou atordoado. "O nome dele é Minoichi."

"Aquele homem..."

"Supostamente deveria ter desaparecido em ação durante a guerra, certo?" Soku adivinhou, concluindo a sentença de Shikamaru.

Os três continuaram andando em frente à casa de chá, cuidando para que sua observação à Minoichi não fosse notada.

"Seria a maneira mais rápida de obter informações em primeira mão a cerca deste incidente, não acham?"

Fogos de artificio jorraram de dentro do coração de Shikamaru. Sua boca se contorceu num sorriso.

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"Você não será mais capaz de se mover." Shikamaru falou lentamente para o homem freneticamente se contorcendo a sua frente.

Eles estavam em um beco entre dois edifícios de concreto. Shikamaru tinha especificadamente escolhido este lugar, por não ser movimentado, praticamente abandonado até mesmo ao meio-dia.

Rou e Soku vigiavam a entrada do beco localizada na rua principal. Eles misturaram-se com as sombras, como esperado de sua experiência na ANBU, completamente imóveis e concentrados na tarefa que tinham nas mãos.

Uma sombra ainda mais escura e sinuosa do que a sombra do beco prolongava-se dos pés de Shikamaru. Ela se arrastou ao longo do beco como uma serpente negra, preenchendo o caminho e redor do homem a sua frente. Os tentáculos de sombra transformaram-se em escuras mãos e confortavelmente enrolaram-se em torno do pescoço de seu cativo.

O Kage-Kubishibari no Jutsu (Técnica de Vinculação de Pescoço da Sombra)...

A família de Shikamaru, o Clã Nara, tinha sido usuários do jutsu das sombras por gerações. O Kage-Kubishibari no Jutsu permite que você utilize a sua própria sombra para restringir os movimentos do seu oponente. As sombras dos Nara assumiam formas físicas. Seu jutsu não para se avançar até conectar com a sombra do inimigo, elas podem infligir danos físicos também.

"Fique sabendo." Disse Shikamaru secamente. "Eu posso facilmente quebrar o seu pescoço com a minha sombra."

"C-Como... P-Por que você está... desgraçado..."

"Você não me conhece?" Perguntou Shikamaru ao ANBU. "Eu sei quem você é, Minoichi-san."

"E-Eu não conheço esse nome."

"Não me faça de idiota. Você era originalmente um shinobi de Konoha, não era?"

"É como eu disse, eu não sei."

A sombra de Shikamaru moveu-se ao longo da garganta do homem, mãos escuras apertaram o pomo de Adão de Minoichi.

"Ugh..." Ele soltou um gemido angustiado. 

"Você nasceu em Konoha." Disse Shikamaru. "Você deve ter ouvido falar do jutsu do clã Nara em algum momento, certo? E o que você pode fazer..."

Se você continuar assim, vou te estrangular até a morte.

Essa foi a ameaça que Shikamaru estava fazendo.

"Por que você, um shinobi de Konoha, está em um lugar como este, vestindo roupas como essa?"

"E-Eu não sou mais um shinobi." Disse Minoichi com a voz rouca. "Eu sou... um iluminado."

"Iluminado? O que você quer dizer com isso?"

"P-Pessoas como você que vivem preguiçosamente neste mundo... nunca mudarão o mundo shinobi... nunca poderão entender nossa nobre vontade."

"Olhe para você balbuciando. Perguntei quem são esses 'iluminados'." Shikamaru pôs um pouco mais de força nas pontas dos dedos de sua sombra, em volta do pescoço do homem.

"Geugh..." Minoichi gemeu.

"Quer continuar com isso, estou bem estrangulando você." Shikamaru se sentia mal com as palavras que saiam da sua boca.

Seu coração estava coberto de trevas...

"Não há nenhuma maneira que você possa entend-neugh!"

Shikamaru aumentou o aperto de sua sombra no pomo de Adão de Minoichi. 

"Se você continuar com essa conversa afiada, vou te matar."

As pupilas de Shikamaru dilataram deixando seus olhos tão escuros quanto suas sombras.

"E-Eu... entendo..."

"Quero que diga, 'Eu entendo, senhor'."

"Eu... entendo... senhor..."

Shikamaru enfraqueceu o aperto de sua sombra, e Minoichi imediatamente começou a tossir e cuspir, lágrimas em seus olhos.

"Agora, você vai me responder. Que exatamente é 'iluminado'? Quais as pessoas que eram shinobi e agora estão reunidas aqui?"

Vendo a expressão implacável no rosto de Shikamaru. Minoichi respirou fundo, e começou a falar.

"Nós os 'iluminados' governamos este país. Não há nenhum Daimyo dando ordens. O título de 'iluminado' é dado aqueles shinobi que abriram os olhos para os nobres ideais de Gengo-sama. Nosso objetivo é criar uma verdadeira revolução neste mundo, juntamente com Gengo-sama. Qualquer coisa que você trame será impotente diante dele. Qualquer coisa que ouça de mim não fará com que você entenda a verdade deste país...!" Minoichi começou a rir, abrindo a mandíbula para morder a língua em uma tentativa de suicídio.

"Pare!"

Por um momento, Shikamaru tinha certeza que Minoichi estava morto, caiu para o lado após morder a língua. Mas, em seguida, seus olhos se mexeram.

Em um instante, alguma coisa voou e perfurou o pescoço de Minoichi...

"Eu usei uma agulha de chakra paralisante nele, ele não será capaz de se mover por três dias ou mais, sabe."

Foi Soku quem falou. Ela tinha voltado para ficar do lado de Shikamaru, sem ele perceber.

"Ahh, 'iluminados'... soa tão arrogante e irritante, sabe." Disse Soku, encarando o nocauteado Minoichi. 

O rosto do ex-shinobi parecia perturbadoramente calmo em seu sono paralisado.

Nota¹ - Os três fundadores de Konoha, Senju Hashirama, Uchiha Madara e Senju Tobirama, embora esse último possa ser substituído pelo Daimyo do País do Fogo. Uma vez que, cada vila só é criada sob sua concordância. O texto não deixa claro, já que, geralmente são apenas Madara e Hashirama que recebem o crédito pela criação da vila oculta.

Nota² - O vestuário descrito é semelhante a esse.

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