terça-feira, 19 de maio de 2015

Shikamaru Hiden - Capítulo 1: Konoha (Parte Quatro - Tradução)

A novela "Naruto - Shikamaru Hiden: Yami no Shijima ni Ukabu Kumo" lançada em 04 de março, traz um aventura inédita com Nara Shikamaru, dois anos após a Quarta Guerra Mundial Shinobi. A novela é escrita por Takashi Yano, e possui 224 páginas.


Os capítulos da novela serão traduzidos para o português a medida que a versão em inglês seja liberada. Confira a quarta parte do capítulo um (o livro original não faz separação dos capítulos em partes, ela será feita nesta tradução para tornar a leitura menos massante). Para ver outras partes do livro acesse aqui.

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Capítulo 1 - Konoha (Parte Quatro)

Trecho Seletivo
Shikamaru estava no escritório de Kakashi. O Sexto Hokage estava cercado por montanhas de documentos, como sempre. Sua mão, apressadamente, assinava os papéis com se não houvesse amanhã, esperando que a exaustão o abatesse.


A janela do outro lado da sala havia sido aberta, você pode ver as ruas de Konoha. A cidade parecia brilhar sob a luz brilhante do sol da manhã, envolvendo a vila em um ambiente calmo e gentil.

"Eu fiz você esperar." Kakashi disse ao endireitar um maço de papéis em sua mesa. "Que negócio você tem comigo hoje?"

"O País do Silêncio."

"Ah, isso..."

Shikamaru ainda não terminará o seu relatório sobre a reunião da União, no outro dia. Não havia nada de especial para relatar, então ele tinha deixado de lado.

"Está tudo na mesma na União, como de sempre. Ela é composta por um conjunto de pessoas capazes, não há nada com o que se preocupar."

"Você é uma dessas pessoas capazes também."

Ele realmente era? Ele realmente era a pessoa apta para representar Konoha?

"Você realmente pretende ir?", perguntou Kakashi.

"Sim."

Kakashi soltou um suspiro em sua resposta.

"É realmente necessário você ir?"

"Sai foi capturado. A nossa vila perdeu um grande número de shinobi, tanto aqueles que desapareceram durante a guerra e aqueles outros que desapareceram depois. Se eles deixaram a vila por sua própria vontade ou se foram capturados por Gengo, é algo que devemos verificar."

"Você está bem determinado, hein."

Shikamaru assentiu silenciosamente.

Kakashi fechou os olhos e balançou a cabeça. Ele olhou para Shikamaru novamente.

"Entendi. Não vou dizer mais nada. Quem você está pensando em levar? Você não está pensando ir sozinho, está?"

"Você poderia me designar dois membros da ANBU?"

"Huh..." Kakashi segurava o queixo com uma das mãos, o cotovelo em descanso sobre sua mesa. Havia um olhar sério em seus olhos. "Porque não Ino e Chouji?"

"A combinação InoShikaChou pode ser usado para ataques furtivos, no entanto, eu acho que ela não se encaixa nos requisitos para essa missão."

"Por causa do assassinato, certo?"

"Até porque, a infiltração é uma parte significativa desta missão. Quero pessoas que consigam esconder seu chakra."

"Hmm..."

Kakashi fechou os olhos e pensou. Ele estava assimilando a proposta de Shikamaru e comparando com todas as opções dentro da sua cabeça.  

"Aquele que dará o golpe mortal não será você, certo?"

"Eu pretendo usar o meu jutsu para amarrar o alvo."

"Então você precisa de alguém para dar o golpe final." Kakashi concluiu o que estava pela frente. Ele entendeu o que Shikamaru estava pensando. 

Dois ANBU...

Um que poderia manipular chakra, e ocultar sua presença. Outro que realizaria um jutsu que poderia finalizar o inimigo. 

"Eu tenho as pessoas adequadas." Disse Kakashi.

"Obrigado."

"Eu vou fazer os preparativos."

"Você não tem nada para me dizer sobre meus outros deveres?", perguntou Shikamaru.

"Nenhum dos seus outros deveres é mais urgente do que esse assunto." Disse Kakashi, você poderia sentir que naquele momento ele realmente era o Hokage.

Ele calmamente avaliou a importância relativa de cada assunto, e com decisões rápidas e firmes sobre o que estava a ser realizado. Por ele ser capaz de fazer o que tem que fazer, os shinobi podem trabalhar sem preocupações, e dar tudo si para a vila. Shikamaru pensou que não seria capaz de trabalhar sem ele. 

Ele não tinha pensamentos do tipo 'Eu quero ser Hokage'. Mas ele não poderia mentir dizendo que não sentia nem um pouco motivado para crescer. Na frente de um homem como Kakashi, Shikamaru ainda era jovem e inexperiente, incapaz de ser comparado a ele, ele se sentiu frustado.

"Eu vou comunicar os dois para retornarem imediatamente. Você pode espera um pouco mais, certo?"

"Por favor, faça o mais rápido possível."

"Eu entendo." Kakashi sorriu sob sua máscara e se levantou. Ele virou as costas para Shikamaru, olhando pela janela aberta.

"Você não deve sobrecarregar-se muito, você entende." Kakashi murmurou.

Shikamaru não respondeu.

Sobrecarregando-se...

Talvez seja.

De certa forma, ele mesmo não conseguia entender. Shikamaru de alguma forma acabou acumulando muitos, muitos fardos.

Mesmo quando ele descobriu coisas incômodas, de uma forma ou outra ele acabou guardando dentro de si, levando elas consigo. Apesar de todos esses fardos ficarem pesados demais para ele suportar, ele não poderia jogar fora nenhum deles, também.

Shikamaru estava com medo também.

Ele tem a sensação de que poderá acabar jogando tudo fora, perdendo-se no processo. Ele começou como alguém que achava tudo um incômodo. Se ele colocar para baixo do tapete todas as suas responsabilidades e encargos por apenas um momento, será provável que ele consiga pegá-los de volta?  

E quando isso acontecer, não será o caso de que alguém precise dele?

O pensamento por si só era insuportavelmente assustador. 

"Eu vou te dizer o que acho agora." Kakashi ergueu a mão esquerda no ar, deixando minúsculos relâmpagos crepitarem em torno de sua pessoa. "Neste momento, eu realmente queria abandonar todos os meus deveres como Hokage e ir para o País do Silêncio."

Shikamaru podia ouvir claramente a frustração no coração de Kakashi: como o homem que queria abandonar tudo para ir matar Gengo com suas próprias mãos.

Mas as responsabilidades da posição de Hokage não poderiam ser abandonadas tão facilmente.

"Honestamente." Kakashi disse, "Eu acho indesculpável que eu o sobrecarregue com isso."

"Naruto e eu, e qualquer outro dos nossos colegas, nós já atingimos as metas de responsabilidades e encargos para todas as posições. Não há necessidade de você tomar conta dessa sozinho."

"É por isso mesmo..."

O relâmpago na mão esquerda de Kakashi esvaiu-se.

"Shikamaru." Kakashi olhou por cima do ombro de Nara. "Eu me pergunto o que significa ser um adulto, às vezes."

"Por favor, não olhe para mim em buscar dessa resposta." Shikamaru suspirou.

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"Eu vou retornar novamente", disse Shikamaru a lapide. Afastando-se, seus olhos focalizados no nome gravado na pedra: Nara Shikaku.

Naturalmente, ele queria visitar o túmulo de seu pai depois que sua reunião com Kakashi terminou.

O que significa ser um adulto? Parecia que ele poderia encontrar a resposta à pergunta de Kakashi aqui, do que em qualquer outro lugar.

Na Quarta Guerra Mundial Shinobi, seu pai foi colocado ao lado dos Cinco Kage na sede aliança. Depois que os Cinco Kage foram para a linha de frente da batalha, devido a gravidade do conflito, o pai de Ino e o pai de Shikamaru foram encarregados de dar as instruções para todo o exército.

Então, Obito ressuscitou a Dez Caudas e disparou a Bijudama para causar caos em meio ao exército da Aliança. Antes que o golpe mortal o atingisse, os últimos momentos de Shikaku foram gastos para pensar e transmitir novas estratégias para o exército.

Ele tinha sido um shinobi até o fim.

Não...

A verdade era que em seus últimos momentos Shikaku tinha sido um pai. Apesar de que o único que sabia disso era Shikamaru, seu filho.

O que é ser um adulto?

Shikamaru pensou sobre isso por um tempo.

Dizendo adeus ao túmulo de seu pai, os pés de Shikamaru o levaram a próxima pessoa que ele queria visitar. 

A sepultura de seu professor.

Sarutobi Asuma...

Ele era um homem que havia recusado o caminho pelo qual foi definido, mesmo sendo carne e sangue do Terceiro Hokage, e em vez disso permaneceu constantemente na linha de frente.

Depois que Shikamaru se formou na Academia, foi sob os cuidados de Asuma que ele foi galgado ao shinobi que ele é hoje. Junto com Ino e seu melhor amigo Chouji, os três constantemente perseguiam Asuma, batalhando em cada uma das missões.

Asuma, que passou dessa para melhor com um cigarro na boca e com sua atitude intacta, tinha sido tudo o que Shikamaru aspirava em ser.

E, no entanto, Asuma não podia ser mais encontrado neste mundo.

Ele morreu, em uma batalha contra a Akatsuki, grupo que tinha planos para dominar o mundo.

Ele morreu para que Shikamaru pudesse viver...

Asuma tinha entendido que não tinha chance de ganhar contra as habilidades desumanas dos membros da Akatsuki, que haviam sido confrontados, e morreu arriscando sua vida para proteger Shikamaru e seus outros companheiros.   

Ele também passou seus últimos momentos pensando nós outros.

Shikamaru ainda tinha que encontrar qualquer coisa para proteger, sacrificando-se por ela.

Claro, o povo da vila e todos os seus companheiros eram extremamente precisos para ele. Mas o sentimento era diferente do exacerbado, ferozmente, pelo seu pai e Asuma.

Talvez isso significa que Shikamaru não tinha se tornado um adulto.

Ele pensou, em primeiro lugar, que a palavra ambígua "adulto" se refere a uma criança que em algum momento ficasse presa no corpo de alguém mais velho.

Nesse caso, Kakashi era uma criança no coração.

Mas Kakashi já tinha algo que ele trocaria sua vida para proteger.

'Para um Hokage, cada pessoa da vila é como seu filho.' Essas foram as palavras do pai de Asuma, o Terceiro Hokage Hiruzen.

Talvez quando Kakashi escolheu se tornar Hokage, ele se tornou adulto.

Ele não tinha certeza sobre qualquer coisa mais...

"Shika niichan!"

Shikamaru foi despertado de seus pensamentos pelo som daquela voz despreocupada atingindo seus ouvidos.

Uma criança rechonchuda foi cambaleando em sua direção. Balançando da esquerda para direita com a passada um pouco desajeitada, ela fez o caminho até ele passo a passo.

"Mirai." Shikamaru chamou seu nome, sua voz naturalmente virou alegre e apaixonada. Suas feições tensas suavizaram, e sua boca moveu se transformando em um sorriso. 

"Gyaa!" Mirai finalmente o alcançou, e se agarrou em suas pernas com seus curtos braços. "Shika niichan!"

A criança olhou para ele com deslumbrantes olhos brilhantes, seu pequeno rosto dividido em largo sorriso. O sorriso da criança era como o sol, Shikamaru podia sentir seu coração congelado derreter frente ao seu calor. 

"Já faz um tempo, Shikamaru."

"Kurenai-sensei." Shikamaru cumprimentou a mulher de cabelo escuro, mãe de Mirai.

"Eu não sou mais uma sensei, você pode parar de me chamar assim." Disse ela, sorrindo.

Sarutobi Kurenai...

Originalmente, ela era uma líder jounin como Kakashi e Asuma, a cargo de uma equipe composta de outros colegas de Shikamaru. Mas agora ela era uma mãe que dedicou todo seu tempo a maternidade.

"Você veio visitar o túmulo de Asuma?" Ela perguntou.

"Sim."

"E o túmulo de seu pai."

"Eu acabei de visitá-lo."

Ouvindo a conversa e ainda agarrada a perna de Shikamaru, Mirai sorriu e ergueu a cabeça.

"Shika niichan! Papai encontrei!"

Embora a criança conseguisse pronunciar apenas frases entrecortadas, ela estava explodindo com a necessidade de transmitir tudo que podia. Olhando para Mirai, abaixo, o coração de Shikamaru aqueceu.

Para se tornar professor dessa criança...

Era uma promessa que ele tinha feito para ambos, Asuma e Kurenai.

"Deixa eu ver, você veio ver seu papai, hein?" Shikamaru agachou-se para que pudesse falar com ela olho no olho.

Mirai deu um aceno muito contente por ter sido compreendida.

"Uau, como você cresceu, Mirai." Disse Shikamaru, batendo suavemente na cabeça. O toque suave no cabelo ainda aveludado da criança parecia viajar ao longo do seu braço, e por todo o caminho até o seu coração, transformando-se em uma brisa que acalma seu interior.

"Cresça logo, tá?"

"Mm."

"Você realmente ama Shikamaru niichan, hein Mirai?", disse Kurenai.

Mirai concordou tão forte com a cabeça que quase tombou para frente, e Shikamaru estendeu as duas mãos para agarrá-la.

Por causa desta criança, ele não poderia morrer, ainda não...

"Certo!"

Mirai balbuciou a palavra do seu jeito, ele sentiu como se as palavras fossem diretas para seu coração.

"Bem, obrigado por gostar por mim."

Shikamaru pegou Mirai e a ergueu no ar. Com seus dois anos de idade ela gritou com o riso encantador. Shikamaru pensou mais uma vez, muito mais forte do que antes:

Eu simplesmente não posso morrer.

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